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Ler grátis Destino: O Herdeiro Alfa Capítulo 1 Eliza Singer | Chris_HL | Eliza Singer e William Stone

Ler grátis Destino: O Herdeiro Alfa
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Autor : Chris_HL
Palavras chaves : Lobisomem, Fantasia, Amor forçado, Celebridades, Mágico, Erótica
Protagonistas : Eliza Singer e William Stone

Detalhes do livro Destino: O Herdeiro Alfa


Primeiro livro da trilogia Destino:


Eliza Singer é uma garota extraordinária que vive uma vida dupla: nos palcos, ela encanta como a famosa cantora Lisa; em segredo, é uma loba poderosa nascida entre humanos. Devido a uma convocação emergente dos clãs, ela é obrigada a se mudar para o vilarejo de Siram, lar de um pequeno clã de lobisomens, onde busca refúgio com sua avó, longe da pressão familiar dos implacáveis Singer.

Pela primeira vez, vislumbra a chance de uma vida comum, almejando viver como uma simples estudante, mas isso não será tão fácil quanto ela espera. Rotulada como meio humana pelo clã devido à sua criação entre humanos, ela enfrenta o preconceito e a subestimação.

No meio desses desafios, ela conhece seu companheiro predestinado, o herdeiro Alfa do clã, que a menospreza baseado em rumores sobre sua origem. Inconformada com a indiferença e a frieza dele, ela busca maneiras de contornar sua situação, desafiando as tradições e escolhendo por si mesma o seu próprio destino. Resta saber se o herdeiro reconhecerá a verdade a tempo, ou se Eliza triunfará sobre o destino, garantindo sua liberdade para amar quem desejar.





Capítulo 1 Eliza Singer


Cinza… essa é a cor que descreveria perfeitamente meu humor hoje. Da porta, me vi incapaz de dar mais do que dois passos, como se o centro da sala fosse capaz de transformar o meu cinza em preto.

— Oi, meu nome é Eliza Singer, tenho 16 anos e venho de Heington. É um prazer fazer parte de uma escola tão prestigiada quanto o Colégio Siram. — Essa foi a minha apresentação formal diante de um monte de olhares desconhecidos de adolescentes com sangue de lobo.

Alguns me olhavam com tanta curiosidade que parecia que eu era uma peça rara de um museu, enquanto outros pareciam revirar os olhos com desdém perante uma recém-chegada que nasceu e cresceu no meio de humanos comuns. No meio disso, uma garota ruiva sentada no fundo ignorou completamente minha curta apresentação, compenetrada no que parecia ser o trabalho de uma vida. Seus dedos se moviam silenciosa e graciosamente sobre um papel e seus olhos brilhavam perante algo que poderia ser uma obra-prima, ou simplesmente rabiscos…

Na minha cabeça, tudo o que eu queria era sair daqui, voltar correndo para Heington e fingir que nada acontecera nas últimas semanas, mas era impossível ignorar a grande convocação. Na melhor das hipóteses, eu seria presa e julgada como rebelde, mas eu sabia que não iria parar por aí.

A grande convocação foi uma decisão tomada durante a grande conferência dos clãs, realizada na cidade de Heington, localizada a leste de Siram. Heington é uma importante metrópole humana, central nas negociações e na distribuição de mercadorias entre os clãs. Devido à sua excelente localização e ao fato de não pertencer a nenhum dos clãs, ela é considerada o local neutro ideal para sediar as importantes conferências dos alfas, que ocorrem anualmente.

— Ei, novata! Pode sentar aqui do meu lado. — Um garoto de aparência atlética, cabelos pretos encaracolados e uniforme amassado apontou para a cadeira vizinha perto dele. Preferi uma cadeira mais atrás e, enquanto passava pelo corredor, percebi uma piscadela convencida do garoto, achando que eu tinha dado bola.

Revirei os olhos, passei direto e me detive no assento vago em frente à ruiva distraída. Lançando um rápido olhar para o papel sobre o qual ela concentrava sua atenção, percebi pequenos círculos pretos traçando um caminho sobre um conjunto de linhas. Eram notas musicais que compunham uma melodia estranhamente familiar.

Sentei-me calmamente, sorrindo, enquanto o professor de biologia dava prosseguimento à aula. Embora tivesse perdido alguns dias de aula no semestre por conta da mudança, não me sentia nem um pouco perdida com o conteúdo explicado.

— E assim vemos como a genética… — O som estridente do sinal tocou, fazendo com que os alunos se levantassem rapidamente e saíssem apressados da sala. Guardei calmamente o meu caderno de volta na mochila e percebi o professor resmungando algo para si mesmo.

— Eliza! — chamou-me assim que passei por ele. Olhei firmemente para os seus olhos castanhos claros, o que o fez desviar o olhar enquanto cutucava a sua barba branca.

— Precisa de algo? — perguntei, com monotonia na voz. Não queria prolongar a conversa, já que ainda precisava encontrar a sala da próxima aula, e chegar atrasada no primeiro dia não seria bem visto.

— Sei que é tudo novo para você, e talvez não esteja conseguindo acompanhar as coisas…

— Estou bem! — interrompi-o antes que começasse com a conversa de fingir que entende o que estou passando e que pode me ajudar. Já ouvi a mesma conversa dezenas de vezes esta semana e não precisava da pena de ninguém. Vir para cá foi uma escolha minha e estou me adaptando como posso. — Professor, agradeço a preocupação, mas isso não é necessário.

Tentei soar o mais suave e direta possível. Encarei-o seriamente, esperando por sua liberação, e o ouvi suspirar enquanto me olhava de forma um pouco diferente.

— Eliza, conheço o seu histórico e já imagino o desempenho que terá por aqui. Não deixe que essas mudanças a impeçam de continuar brilhando. — Sorri para ele e assenti. O Colégio Siram não é nada comparado à Genius School, colégio que eu frequentava até o semestre passado, mas não podia expor isso abertamente ou poderia perder minha vaga no único colégio deste vilarejo com ensino aceitável. — Annie, poderia mostrar para Eliza onde é a próxima sala?

Olhei para trás e percebi que a ruiva distraída ainda estava lá sentada, a única a ficar para trás.

— ANNIE! — O professor caminhou até ela e arrancou um fone sem fio do ouvido dela, o que finalmente a tirou do transe.

— Oi? O quê? A aula acabou? — questionou ela, completamente perdida.

— Annie, poderia acompanhar a senhorita Eliza até a próxima aula? Acredito que vocês estejam na mesma turma.

— Eliza? — Esta talvez tenha sido a primeira vez que ela olhou para mim desde que tirou os olhos do seu caderno de música. Me pergunto como é possível alguém se perder tão completamente dessa forma.

— Olá, prazer! — disse, acenando para ela. Um olhar de compreensão pôde ser visto imediatamente em seu rosto e suas bochechas com sardas ficaram avermelhadas. Ela enfiou as coisas de qualquer jeito na bolsa e caminhou em minha direção, mantendo o olhar baixo ao longo do caminho. Resolvi quebrar o silêncio primeiro.

— Annie, certo? — Ela assentiu de leve, mas manteve o olhar para baixo. Paramos no corredor de frente para a porta da próxima sala. — Percebi que você estava escrevendo uma partitura. Posso dar uma olhada?

— Bem, sim… NÃO! É que ainda não está pronta. — Tentou se explicar enquanto apertava as laterais da sua saia de forma tímida.

— Sou compositora também. Talvez eu possa ajudar. — Ela olhou diretamente para mim, talvez para avaliar a veracidade das minhas palavras.

Percebendo que eu falava sério, ela abriu a mochila e entregou-me seu precioso trabalho. Peguei uma caneta e rapidamente comecei a corrigir as notas fora de tom e ritmo, bem como completar a última linha que faltava. Imaginando o “estrago” que eu estava fazendo, ela arregalou os olhos, paralisada, esticando os braços trêmulos na tentativa de recuperar seu caderno.

— O que você está fazendo? Me devolve!

— Pronto! — Não me dei ao trabalho de explicar. Simplesmente devolvi a composição e entrei na sala, deixando-a para trás, desconcertada.

“Disse que ia manter o perfil baixo, mas já começou a se mostrar” — murmurou minha loba dentro de mim.

“Não pude evitar. A falta de atenção dela já estava me irritando. Considere meu único ato de boa vontade” — retruquei de volta para a minha loba.

Minha loba, Lisa, estava certa. Meu objetivo era tentar passar despercebida e terminar esse ano sendo invisível. Para isso, assumi um visual mais nerd, com roupas folgadas, óculos grandes, e mantive meus longos cabelos negros presos em um coque. Se eu não conseguisse passar invisível por esse quase um ano e meio que me faltava para terminar o ensino médio, então acabaria entrando em apuros.

“Viu? Eu consigo!” — sussurrei para mim mesma após o toque do sinal que punha fim ao meu primeiro dia de aula.



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